é o som da voz que eu não ouço mais
são os braços que abraçam um corpo que não é meu
são meus braços que não abraçam o corpo que não é meu
é o silêncio que invade
é a falta de ar, de tempo, do que fazer
é muito tempo
é tudo que ainda continua aqui
e tudo que já se foi
é a falta do que dizer
é o tanto que há pra ser dito
é o que restou e o que falta
é a falta
é tudo que eu quero escrever e não escrevo
é tudo que me invade e esfria
é sua mentira
sua gargalhada
sua loucura
sua poesia obscura
é sua letra torta com frases tão claras
são todas as suas caras
é aquele amontoado de coisas velhas
e novas, que nunca tiveram a chance de ser nada
é toda essa espera desesperada
é o recomeço do recomeço do fim
é o fim
é o quanto de mim há em mim
e o quanto de ti há em mim
e o quanto de mim não há mais em ti
é o quanto de mim que sempre haverá em ti
é tudo que invade e continua aqui
é você
é você
em mim.
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